Solidão

Certa vez conheci uma mulher, um reflexo do meu pior medo: ser sozinha. De certa forma não tão sozinha, ela vivia para cuidar da mãe, dedicava as vinte e quatro horas do seu dia a ela, e não tinha mais ninguém. Não que ela precise de alguém pra ser feliz, mas fico me perguntando se ela é plenamente feliz assim. Se terminar a vida cuidando de sua mãe era o que ela realmente havia sonhado para sua vida.
Não que cuidar da mãe seja ruim, mas creio que todas as mulheres sonharam pelo menos uma vez na vida em ter alguém do lado para amar e se sentir amada, compartilhar uma vida de sonhos e objetivos.
Sinto vontade toda vez que a vejo de lhe perguntar se nunca existiu alguém. Não sei porque penso nisso, afinal ela sempre está sorrindo, talvez a vida tenha sido boa e justa com ela, mas mesmo com sua felicidade estampada em seu rosto, sinto que em seu coração ainda falta algo, talvez um amor diferente do que sua mãe possa lhe dar todos os dias...
Hoje vendo-a passar, me pus em seu lugar e me imaginei na idade dela na sua mesma posição, não com minha mãe, mas absolutamente sozinha, e devo confessar que uma lágrima quase ousou cair, ficar sozinho não deve ser a vontade de muitas pessoas, e com certeza não é a minha, mas pelo menos isso me fez pensar, e acho que todos devíamos, se não queremos a solidão no final das nossas vidas, estamos fazendo o impossível no presente para que isso não aconteça no futuro? Porque no final, o futuro é apenas o resultado do nosso presente, e se nosso presente for bom, creio que o futuro possa ser melhor ainda, e principalmente, ao lado de quem amamos.
Afinal, a solidão não merece ninguém, e muito menos qualquer um de nós merece a solidão.

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