Prólogo:O Casarão.
A vida nos proporciona tantos encontros, muitas vezes os
chamamos de destino, sorte, ou algo do tipo. Mas nem sempre é assim. Às vezes o
contrário também acontece. A vida é uma imensa luta, uma imensidão de encontros
e desencontros. O que no caso deles, era o que realmente acontecia.
Tomavam café ao mesmo tempo, saiam de casa na mesma hora,
ambos tinham uma rotina da qual já estavam profundamente entediados. A vida era
tão monótona, tão a mesma de sempre. Ambos estavam cansados, não fisicamente,
mas sim mentalmente falando.
A vida não tinha mais uma razão, não tinha um por que. Levantar
da cama todos os dias já não valia mais a pena. Era tudo tão controlado, sem
uma distração, sem algo de diferente, sem algo que valesse a pena.
Ela, uma estudante de publicidade de 21 anos, dedicada,
vivia para seus estudos, e somente para eles. Sua vida era basicamente de casa
para faculdade, da faculdade para casa. Não tinha tempo para dedicar-se a sua
beleza, vivia com moletons grandes e exagerados para seu corpo, cabelo sempre
preso as pressas de forma com que os fios ficassem bagunçados, como se ela nem
os penteasse. O que na verdade era o que acontecia. Vestia sempre a mesma calça
jeans velha e surrada, detestava chamar atenção. Da mesma forma que chegava à
faculdade, ela saia, sem falar com ninguém, como se nem estivesse ali.
Ele, um estudante de engenharia de 22 anos, vivia ocupado, a
faculdade ocupava 25horas do seu dia e mais um pouquinho. Tinha um amigo
chamado Mathew, ambos estudavam juntos desde o jardim de infância e nunca se
desgrudavam, até dividiam um apartamento, mas o cansaço imposto pela faculdade
praticamente os obrigava a não manter nenhum tipo de diálogo a não ser que
fosse em casos de vida ou morte. A falta de tempo para se arrumar, fazia com
que ele andasse de qualquer jeito, mas ele possuía uma beleza natural, que não
exigia muito de si para ficar bonito.
Mas, ambos tinham algo em comum, ambos escondiam um segredo,
algo tão profundo, tão maluco, que ninguém seria capaz de acreditar.
Mais um dia estava para se iniciar. Mas algo ali parecia
novo. Stefan resolve sair um pouco mais cedo de casa do que o normal. Hilary coincidentemente
tem a mesma ideia. O percurso até a faculdade naquele dia seria diferente. Ambos
cortaram caminho por uma rua não muito frequentada. Cada um em uma calçada
diferente lançava ao outro lado olhares penetrantes e fuzilantes, como se
fossem capazes de enxergar a alma do outro apenas com um olhar.
Não perceberam, mas estavam indo na mesma direção. Uma casa
velha, abandonada, porém de arquitetura impressionante. Aquela casa com certeza
atrairia a atenção de Stefan, mas ela não possuía nada que interessava a
Hilary.
Quando atravessaram em direção a casa e pararam em frente a
sua porta, ambos se olharam, e de alguma forma souberam que sabiam
perfeitamente o que o outro estava fazendo ali. Afinal, eles foram ver a mesma
coisa.
Uma placa em frente a casa dizia:
“O Casarão está fechado, risco de desmoronamento, por favor,
não ultrapasse”.
Risco de desmoronamento? Não, o Casarão fora feito para
nunca se desmanchar, para nunca se quer nenhuma madeira de sua estrutura fosse
quebrada. Algo estava errado. E eles estavam prestes a descobrir.
Olhares foram trocados, e neles certezas foram ditas sem
nenhuma palavra. O Casarão iria ser reaberto, seus segredos seriam revelados,
afinal, seus herdeiros haviam voltado.
Hilary filha de Bonnie Sparks, e Stefan filho de Rupert Campbell,
retornaram ao antigo lar de seus pais.
A verdade virá à
tona. As portas do Casarão serão reabertas. O segredo por trás de uma maldição
será desvendado.
O Casarão retorna para seu fim.
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