Depois de todo esse tempo? Sempre.

Um ano e sete meses. Hoje o dia amanhecera mais bonito, ela acordara com uma sensação de que o mundo estava melhor, besta de sua parte imaginar isso. Ele ao abrir os olhos mal podia acreditar, mais um mês se passara ao lado daquela que amava. Antes de se levantar ele só conseguira sorrir ao lembrar-se de como tudo começava, engraçado é que ao mesmo tempo em que ele imaginava, ela estava em sua casa sorrindo, na verdade gargalhando também se lembrando de tudo. Há exatos um ano e sete meses, o tão ansiado primeiro beijo acontecera, e era como se fosse agora. Depois de muitas risadas no teatro, os dois saíram de mãos dadas, suas mãos suavam, o coração batia forte e a cada minuto que passava a ansiedade tomava conta, os dominavam por inteiros. Algumas vezes podia se notar alguns sorrisos bobos, pois era exatamente assim que eles estavam bobos. Era a primeira vez desde que se conheceram em que estavam a sós pela primeira vez, ela tinha uma mania que ele adorava que era de falar sem parar, mas por incrível que pareça, algo naquele momento em que estava com ele a calara. Ela gostaria de poder lhe dizer o quanto estava feliz por estar com ele, e o quanto ele lhe fazia bem, mas era como se algo tivesse sumido com toda a sua voz, mas ela dava um jeito de ele notar, seus olhares algumas vezes se cruzavam e o mais rápido que podiam desviavam. A timidez era palavra certa quando se tratava dele, assim como ela, ele tinha vontade de sair falando sem parar o quanto sonhara com aquele momento, o quanto já tinha imaginado e imaginado estar a sós com ela em qualquer lugar. Ele queria poder lhe dizer o quanto seus olhos castanhos brilhavam incansavelmente sobre a luz do luar, ele queria lhe dizer o quanto sua risada o deixava feliz e lhe transmitia paz, ele queria dizer o quanto achava lindo quando suas bochechas ficavam vermelhas, pois ela estava com vergonha, na verdade, ele a achava linda de qualquer forma, e achava mais lindo ainda o fato de poder estar ali com ela. Seus olhos brilharam no momento em que ele a segurou pela cintura pela primeira vez, sem ele ter noção alguma do quanto ela amava isso, eles param bem no meio da rua e se encaram, ao menos tentam, a timidez de ambas as partes era tanta que eles não conseguiam se encarar.  Ela lembra-se perfeitamente de suas palavras, como se elas tivessem sido ditas agora em seus ouvidos: - Sabe, desde que eu te conheci, ansiei pela chegada deste momento, te conhecer foi o maior presente que a vida poderia me dar. Você não sabe o quanto ouvir sua gargalhada algumas vezes na semana faziam dos meus dias mais felizes. Saber que você estava bem e que eu fazia parte dessa sua felicidade, me fez aos poucos ir mudando, e me tornando cada vez melhor. E estar aqui hoje, cara a cara com você, é a melhor sensação que já tive nesses últimos anos. Ela sorri e a única coisa que pode dizer foi: - Não, a melhor sensação que você vai ter ainda esta prestes a chegar. E então ela o beija, e por pelo menos uns poucos minutos, os dois se esquecem de todo o mundo a sua volta. E tudo foi incrível, como o mundo conspirou a favor daquele momento, uma rua movimentada se tornara deserta, somente os dois no meio da rua. Ele apertava cada vez mais com mais força sua cintura, a aproximando para perto de si, e isso fez com que se tornassem um só. Aquele beijo poderia nunca ter acabado, um beijo perfeito, na dose certa, aquele que seria o primeiro de muitos, pode se dizer que foi sim mágico e encantador havia algo nela diferente de qualquer uma que ele já houvesse beijado, e ela pensara o mesmo dele, mas era simples identificar o porquê daquele beijo ser diferente de qualquer outro, ele tinha uma coisa que nenhum outro nunca tinha tido, amor. E um amor que diferente dos outros, não acabaria no primeiro beijo, ele acabara sim, de começar. Eles poderiam passar o dia inteiro deitados em suas camas lembrando não só desse momento, mas de todos os outros em que passaram juntos, mas eles tinham mais o que fazer, tinham que se encontrar. Depois de muito tempo na cama ela se levanta pega seu celular e mais um sorriso surge em seu rosto, era uma mensagem dele, uma mensagem simples, mas que com poucas palavras dizia tudo o que ela queria ouvir: - Bom dia minha vida, gostaria de lhe dizer o quanto estou feliz por mais este mês ao seu lado, e o quanto estou feliz por isso, eu te amo mais que tudo nessa vida, e não suportaria te perder, obrigado por tudo e que venham mais muitos e muitos meses ao seu lado. Ela não podia conter o sorriso, e nem esconder de ninguém o quanto estava feliz, mas já estava atrasada para encontra-lo e não o responde. Ela corre para o banheiro e toma um longo banho, se enxuga e vai escolher uma roupa que a deixasse da forma que ele gostava, simples, pois ela era bonita de qualquer forma. Escolhe então um short jeans preto, e uma blusa com pássaros branca, passa seu melhor perfuma e penteia o cabelo, a fim de deixa-lo secar naturalmente, calça uma sapatilha e então sai de casa para encontra-lo, não precisava ser nenhum gênio para saber que ele já esperara no mesmo lugar de sempre. Dito e feito, chegando à beira do morro como já se esperava, ele a aguardava com um sorriso no rosto que era possível enxergar de longe, ela corre para o conforto de seu abraço, e por ela eles ficariam ali abraçados pelo resto da vida, mas ele interrompe o abraço a convidando para ir para o lugar que pertencia a eles. Ela condiz com a cabeça e começam a subir o morro, que para outros poderia ser muito alto ou longe, mas para eles tinha todo um sentimento e uma história. Ao chegar ao topo do morro ela nem acreditava no que via, ela já conhecia a vista linda que aquele lugar proporcionava, ela podia ver toda a cidade daquele ponto, e fazer isso com ele tornava tudo melhor ainda, mas dessa vez ele preparara uma surpresa, ele havia chegado mais cedo do que de costume para preparar um café da manha lá encima, bem na beirada onde ela gostava de ficar, ela dizia que transmitia uma sensação de ser livre, e gostava disso. Ele a convida a sentar, e eles se sentam no pano que ele estendera ali, uma cesta de piquenique com tudo o que tinham direito estava bem a sua frente, com toda a preocupação ele levara tudo o que ela mais gostava, tinha geleia de frutas, frutas frescas, sucos, biscoitos e doces, pelos quais ele sabia que ela era apaixonada. Mas ela mal ligava pra isso, ali naquele lugar que ela tanto gostava de vir, num dia como aquele, em que somente alguns  raios de sol atravessavam as nuvens, o vento batia em seus cabelos e tudo estava propicio para aquele dia, ela deita em seu colo e como sempre ele começa a acariciar seus cabelos, ela amava quando ele fazia isso, e ele amava fazer, pois ela ganhava um ar de anjo com toda a serenidade possível, algumas vezes ele aproximava seu rosto do dela, como se fosse lhe dar um beijo e afastava-se antes que isso acontecesse, aquilo a deixava rindo que nem uma idiota, e ele gostava disso, gostava de faze-la sorrir e gostava de a ver sorrindo, pois ele achava o sorriso dela o mais lindo do mundo. Claro que ela considerava isso o maior exagero do mundo, até porque ela considerava o sorriso dele o mais lindo e encantador de todos, e isso resultava em uma daquelas brigas em que eles davam as costas um pro outro, mas em menos de cinco minutos alguém já dizia: - Amor, eu te amo viu? E o outro dizia: - Eu também te amo amor. E então se abraçavam e se beijavam, deixando tudo em paz novamente. Era linda a forma com que se tratavam, se respeitavam, nunca fizeram questão de esconder de ninguém o que sentiam pelo outro. Mesmo no inicio sempre saíram de mãos dadas, sempre se beijaram em publico, gostavam de brincar na frente de todos, e mesmo sem ver espalhavam o amor por onde passavam. Todos admiravam o quão lindo eram aqueles dois juntos, a forma com que um completava o outro não era preciso ser traduzido em desenho para ser provado, bastava olhar no fundo dos olhos de ambos e enxergar o quão apaixonados eram e o quanto eram felizes por terem um ao outro. E ali deitada mais uma vez no colo dele, ela percebe o quanto era abençoada por ele ter a escolhido. Pouco tempo depois de estarem juntos, ela descobriu que dois dias antes do primeiro beijo dos dois, ele tivera a oportunidade de abandona-la, pois um amigo queria que ele desse uma chance para uma garota que supostamente estava gostando dela havia um certo tempo, mas ele recusou, na verdade nem mesmo ele foi capaz de explicar o porque de ter recusado, pois ele achava que gostava dela, mas não tinha certeza, e ele só costumava apostar em coisas concretas, e nem de longe aquele amor era concreto, e pela primeira vez na vida ele fez algo de diferente, ele arriscou, e bem, digamos que deu certo, pois agora ele estava ali, mais uma vez admirando aquela pela qual hoje ele morreria se fosse preciso. O dia foi passando, eles conversaram, brincaram, comeram alguns morangos com chocolate, o doce preferido dos dois, e dançaram ao som daquela que eles consideravam ser sua musica, e a noite foi se aproximando, mais uma vez, no melhor lugar do mundo para se estarem juntos, abraçados sentados no chão, eles viram na imensidão daquela cidade o sol se pôr mais uma vez. E como se tivessem combinado, eles olham nos olhos um do outro e dizem: - Eu te amo. Com isso ela sorri o sorriso que ele tanto amava, e ele da aquela gargalhada gostosa pela qual ela era apaixonada e amava ouvir. Agora mesmo ainda sentindo um nervosismo ela conseguia dizer o quanto estava feliz por estar com ele, e o quanto desejava aquilo pelo resto de sua vida, ele diz que nunca se sentira tão feliz ao lado de ninguém, e quando ela mais uma vez se sente envergonhada e olha para baixo ele diz: - Amor, feliz um ano e sete meses de toda uma vida ao seu lado, eu te amo. E bem, o restante nem é preciso dizer, eles foram sim muito felizes, e acreditem ou não, pelo resto de suas vidas, chegou o dia em que juraram se amar, se respeitarem por toda a sua vida, até que a morte os separasse, e assim eles fizeram, até que a morte em vez de os separarem os uniu, por toda a eternidade, porque onde estivessem eles estariam juntos. Depois de todo esse tempo? Sempre.

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