Stronger. Parte 2.

Madrugada fria,o vento agora entra pela janela do meu quarto fazendo um barulho estrondoso,como se levasse e trouxesse os gritos desesperados que lhe são lançados todos os dias.
Me olho no espelho e tento enxergar, o que de bom sobra de mim hoje? O que tenho feito para sair dessa? E a resposta é fria,curta e bem grosseira:Nada.
Os tormentos jamais foram embora,as dores,as angústias,as preocupações...O tempo passou,e junto com ele,a força que eu tinha encontrado para recomeçar.
Me olho no espelho e me deparo com a mesma figura que me assombrava a um certo tempo.Encaro-me de cima em baixo,tento encontrar a pessoa que existia aqui antes disso tudo começar,mas se tornou uma lembrança tão distante,que tenho medo de que aquela pessoa nunca mais volte a ocupar seu lugar.
Por vezes acreditei que seria fácil,coloquei um sorriso no rosto e disse ao mundo que sairia dessa sem grandes sequelas,as pessoas acreditaram,e o pior,eu mesma acreditei.Por um tempo foi fácil,passar uma borracha por cima de tudo e fingir que finalmente tudo estaria terminado.Mas não durou tanto quanto imaginei.
Olhar-me no espelho hoje é quase como cavar minha própria sepultura.Tento reconhecer o meu próprio olhar.Lembro-me quando ele ainda possuía algum brilho,quando ele não era simplesmente,dois olhos perdidos.Hoje é um olhar vago,um olhar frio e sem emoção.As bolsas abaixo dos olhos e as bochechas afundando começam a me condenar novamente.
O sorriso,bem,esse já é um caso a parte.Por vezes tão presente,mas do nada,resolve se retirar como quem some para nunca mais voltar.Antes tão único,tão acolhedor,e hoje já não serve pra mais nada.
E as piores feridas,não são aquelas que existem do lado de fora do corpo,mas sim aquelas que se escondem onde ninguém pode ver,e somente posso senti-las.A ardência domina minha garganta e meu estômago ferve como se fosse entrar em uma erupção.
Meus dedos enrugados novamente são só uma pequena amostra do que voltou a acontecer.
Sei que um dia isso será uma mera e tola lembrança,que será tão vaga quanto as que existem agora,mas enquanto isso fizer parte do meu presente,temo que não será a última vez em que vou escrever sobre isso.
A vida é uma passagem cheia de altos e baixos.Aprendemos desde cedo a nos levantar quando cairmos,e a derrubar quando formos derrubados.Aprendemos a amar e a respeitar aos nossos iguais e semelhantes,mas ninguém nos ensina a amar nós mesmos.
Não,essa não será a unica batalha pela qual vou passar,mas esta,já vale por uma guerra mundial.Não uma guerra contra o mundo,mas uma guerra contra mim mesma.

Continua...

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