A quem diga que o amor supera tudo,todo o mal que encontrar pelo caminho,eles vão superar.

A quem diga que o amor supera tudo, supera todas as barreiras, as dificuldades e tudo de mal que encontrar pelo caminho, porém às vezes essas barreiras são as mais inusitadas possíveis. Hoje olho para os dois e vejo o quanto são lindos juntos, o quanto seus sorrisos se transformam quando estão com o outro, o modo como suas mãos se completam, como eles se tratam e são quando estão juntos, acho que não poderia existir casal mais feliz que eles. Eu poderia dizer que o dia estava lindo e ensolarado, e propicio para um primeiro encontro digno de filmes, mas era só mais um dia normal, o comércio aberto, os carros e motos nas ruas e mais um dia em que as pessoas andavam pelas calçadas apressadas, correndo para lá e pra cá atrasadas para mais algum evento de seu dia a dia chato. João andava apressado embaixo do sol quente de sua cidade quando resolve parar e tomar um sorvete. Ao entrar na sorveteria se depara com uma bela moça, aparentava ser nova, mas era muito bela, seu cabelo era tão escuro como a noite e comprido, seu rosto lembrava a aparência de um anjo, seus lindos olhos negros encontraram os olhos castanhos mais incríveis que ela já havia visto. –Bom dia! Disse ele tão timidamente que sua voz mal saiu de sua boca. –Bom dia. Ela responde com sua voz tão doce e mansa que o tonteou por alguns instantes. Então ele se dirigiu ao balcão e pediu o que queria ao pegar seu sorvete se dirige a mesa em que ela estava e pede licença para se sentar, ela diz que sim com seu sorriso tímido, e ele se senta:- Bem, me chamo João.
-Muito prazer João, meu nome é Clara.
-Vai soar tão ridículo mais, você vem sempre aqui? Perguntou João já rindo de sua pergunta clichê.
-Sim, de toda a cidade é minha sorveteria preferida, vendem o melhor açaí do estado, mas não costumo vir nesse horário.
-Eu gosto muito daqui também, só não tenho tempo. O que gosta de fazer Clara?
-Pode parecer ridículo, mas eu gosto de escrever, na verdade eu escrevo textos, mas nada de demais. E você?
-Bom, eu toco em uma banda com alguns amigos, e componho, digamos que escrevo também.
Naquele momento ambos os olhinhos brilharam incansavelmente, passaram horas e mais horas ali conversando e nem perceberam como o tempo havia passado tão rápido. Na hora de se despedir ele pede seu telefone e ela passa um abraço e então se despedem. Engraçado como tudo mudara de uma hora para a outra, diferente dos outros os dois passaram a notar em volta de si o quanto o mundo era belo, novamente um momento clichê, mas realmente parecia que algo estava mais bonito. Ao chegar em casa, Clara para por seus avós e abraça cada um deles e avisa que estaria ocupada em seu quarto e que não deviam chama-la para nada, os dois logo percebem que algo estava diferente nela, seu sorriso era maior e seus olhos brilhavam como nunca. Ela se tranca em seu quarto e pega seu caderninho onde costumava escrever seus textos e mais do que rápido se vê no meio de páginas e mais páginas onde criava aquilo que viria ser a sua história. Pouco tempo depois algo tirou sua concentração do meio daquele monte de palavras e folhas em branco que estavam prestes a ser preenchidas, ela procura seu celular e não lembra aonde tinha deixado, vai encontra-lo no meio de sua bagunça, entre livros e folhas rasgadas de palavras que não deram certo juntas, eu gostaria de dizer que o celular já estava cheio de mensagens de João, mas não foi isso que Clara encontrou, seu celular estava da mesma forma que ela tinha deixado horas antes. Ela se sente desanimada, será que seria só mais um carinha da sorveteria? Será que mais uma vez ela se decepcionaria?
Do outro lado da cidade, João encontrava-se também no meio de uma imensa bagunça. Por todo o chão de seu quarto havia folhas e mais folhas rasgadas, e literalmente João se descabelava, já havia escrito tantas e tantas letras, mas nenhuma era boa o bastante. Ele decidira parar por uns minutos e deitou-se por ali mesmo em sua cama, no meio de toda aquela bagunça, e a única lembrança que surgia em sua mente era o sorriso de Clara, o quanto havia gostado de estar com ela e pela primeira vez em sua vida sentiu algo estranho, algo que ele sabia que era comum para outras pessoas, mas para ele não, João estava sentindo borboletas no estômago, sim, aquelas que nos dão quando estamos felizes, quando ele finalmente se deu conta disso, sorriu, havia chegado sua hora, ele havia a encontrado.  João pega seu celular e mais que rapidamente disca o numero de Clara, e uma voz trêmula atende do outro lado da linha.
-João? Não acredito que você realmente ligou.
-Eu disse que ligaria certo? Cumpro minhas promessas. O que fazes ai?
-Bem, estava tentando escrever, mas algo me impediu.
-Peço desculpas se minha ligação lhe atrapalhou. Disse João com uma voz triste.
-Não, na verdade estava perdida entre tantos pensamentos, na verdade, perdida em você. É como se já lhe conhecesse, é como se eu o esperasse.
-Finalmente a encontrei, me sinto da mesma forma, sinto que estou lhe esperando há anos e você finalmente chegou. Sei que esta tarde, mas podemos nos ver?
No inicio Clara receia, mas acaba aceitando, combinam o lugar e então ela vai se arrumar.
O lugar combinado era a praça da cidade que naquela hora sem duvidas estaria vazia. Clara andava sozinha pelas ruas escuras e vazias àquela hora da noite, sem medo do que ou quem pudesse encontrar, só queria estar perto de João o mais rápido possível. Ao avista-la chegando à praça, João não pôde conter o sorriso, por um lado não achava que ela fosse realmente ir, por outro estava sorrindo por vê-la. Ele a abraça e no frio da madrugada a conforta num abraço quente e protetor, ele que tinha que olhar para baixo para poder admira-la devido a sua altura, não podia esconder o brilho nos olhos por ter sua pequena amada em seus braços. João convida Clara para sentar e diz que tinha uma surpresa para ela, ele pega o violão e disse que tinha composto uma musica para ela, logo ela se anima e o sorriso sem graça toma conta de seu rosto, ela pede para que ele cante e então ele começa.
-Eu não te amo como ontem, amo mil vezes mais, me conte os teus segredos mostra os teus sinais, e se me perguntar qual é o seu defeito ainda não sei, te amo e nada mais.  
Naquele momento ,Clara finalmente entende o porquê de ter esperado tanto tempo para que ele aparecesse, ela não sabia explicar e mal podia entender, mas esperara por João desde sempre. E era exatamente isso que João sentia em relação à Clara.
Nessa noite eles saíram pelas ruas da cidade, observavam tudo com muita atenção, riam e faziam palhaçadas um com o outro, mas em nenhum momento se desgrudavam.
Dias se passaram e todos sabiam que eles estavam juntos e felizes, porém nem todos estavam felizes com isso, havia alguém, um alguém muito importante para Clara e João, e esse alguém não apoiava o relacionamento dos dois, mas bem, isso já é outra história. O que posso lhes dizer é somente reafirmar que: A quem diga que o amor supera tudo, supera todas as barreiras, as dificuldades e tudo de mal que encontrar pelo caminho, porém às vezes essas barreiras são as mais inusitadas possíveis. Até logo.



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