In my place

Passaram-se tantos anos desde a última vez que eu estivera ali.Sabia que nada estaria como a 20 anos atrás,mas não podia imaginar que estaria tão diferente.As casas antes tão cheias de vida e alegria,agora eram apenas ruínas.Restavam apenas poucas casas em pé,e mesmo assim,não lembravam em nada a casa que eu tinha vivido por tanto tempo.
Por ali,viveram os melhores de todos os meus parentes próximos,mas tudo começou a ruir a exatos vinte e cinco anos atrás,quando uma das pessoas da qual eu me orgulhava imensamente de ter conhecido,nos deixou para nunca mais voltar.
A morte de um garoto de apenas quinze anos,foi o bastante para abalar toda uma cidade,de uma maneira que a mesma nunca mais fosse se reconstruir.
Ele era imensamente jovem,feliz e com toda uma vida pela frente,mas um acidente fatal de carro foi o que lhe tirou de mim,de todos nós.E nada nunca foi o mesmo após isso.
Um ano após o acidente que tirou a vida do meu melhor amigo,meu avô veio a adoecer,e ambos eram vizinhos.Um grave câncer no pulmão o atingiu,e nenhum de nossos esforços foram o bastante para garantir-lhe a vida,e exatamente um ano após a maior perda que eu tinha tido em toda a minha vida,meu avô em uma bela tarde ensolarada com os ventos lhe tocando os cabelos brancos recém nascidos,fechava seus olhos pela última vez,após uma longa jornada.
Dois golpes fatais,duas feridas que não cicatrizaram,duas perdas inestimáveis,duas vidas acabadas.Uma diferença de idade enorme,mas duas pessoas que significaram toda a minha vida pra mim.
Apesar do quão duro tudo aquilo era,existia uma vida ao redor do sofrimento,e a minha não podia parar.
No ano seguinte entrei para a faculdade,cursei Ciências Sociais por cinco anos,e posso garantir-lhes que fui imensamente feliz nesses cinco anos,mas precisava voltar.Havia me afastado de tudo e de todos,a fim de que fosse mais fácil lhe dar com toda a dor que estava sentindo.Havia chegado a hora de enfrentar tudo novamente com a cabeça erguida.
Então no verão,quando os ventos de lá não eram tão gelados quanto no inverno,eu bati a porta da casa onde minha avó ainda residia.E ela continuava da mesma forma da qual eu me lembrava.Era rosa,as grades a sua frente,pintadas de branco cinco anos antes,estavam agora desgastadas devido a força da natureza.Os quintais eram os mesmos,e tudo lembrava-me exatamente de toda a minha vida naquele lugar.O quintal onde meu avô sentou-se na areia comigo e me ajudou a construir castelos,onde "descobri petróleo",com meu primo mais velho,e onde cai num buraco com uma perna só,cavado por meu irmão.O muro que separava nossa casa,da casa onde meu amigo morara antes de morrer,ainda era o mesmo,e sua casa também nada mudara.Para muitos,cinco anos pode não significar muita coisa,mas para alguém que tem tantas feridas para cicatrizar,cinco anos podem ser reduzidos a meros cinco minutos.
Quando ouvi a chave na porta girar,meu coração saltitava aos poucos de alegria e ansiedade.Sim,ainda doía  bastante estar de volta,mas poderia ser um recomeço.Para minha surpresa,quem me atendera fora meu primo,que já não via a muito tempo.
Tão espantado quanto eu,ele me recebeu com um abraço apertado,e mesmo tendo quase dois metros de altura,pude sentir suas lágrimas escorrendo por meu ombro,e me afastei,senti na mesma hora que algo de muito errado tinha acontecido.Larguei na porta minha mala,e invadi a casa,não da mesma forma que fazia quando era criança,mas preocupada,temendo imensamente o que iria encontrar.
Quando entrei,a casa estava fria,bem mais gelada do que eu lembrava em toda a minha vida.Não senti o cheiro do café de minha avó,nem dos seus famosos biscoitos assados caseiros.A casa estava num silêncio absoluto e terrível.Invadi com força os quatro quartos da casa a procura de um sinal de vida,mas não havia ninguém,apenas o vazio,o silêncio,e o frio que agora tomava conta de tudo.
Voltei a sala,e temi pela resposta do que iria perguntar em seguida,mas tinha que fazer.
-Onde estão todos?
Os olhos do meu primo não encararam os meus,suas pernas vacilaram e ele caiu no sofá de uma só vez,com o rosto entre as pernas e as lágrimas escorrendo-lhe a face.
Eu não tinha ideia do que estava por vir,mas sabia que seja lá o que fosse,não era bom,e me culparia eternamente por ter partido.
-Ela se foi Anne,a vovó.Estão todos no funeral agora.Sua mãe chegou pela manhã,seu pai está aqui desde ontem,veio trazer seu irmão,mas agora estão todos lá,só faltávamos nós dois.
E foi então que me dei conta,meu primo estava de terno,com uma gravata preta,o sapato preto,o cabelo arrumado de uma forma que em vinte e dois anos eu nunca vira,e seus olhos tão inchados,como alguém que chorou por semanas e ainda não parou.
-Ela partiu ontem Anne,mas antes que fosse,pediu para que alguém estivesse em casa hoje.Ela já estava delirando Anne,e foi tudo tão rápido,tão de uma hora para outra,ninguém entendeu,ninguém compreendeu.Numa hora ela estava aqui no sofá,rindo de mais um episódio ridículo da novela das nove,e no outro ela desmaiou,quando acordou,já não falava mais coisa com coisa,e quando voltou a falar,o único nome pelo qual chamava era o seu.Ela já estava quase partindo,nós podíamos sentir,assim como foi com o vovô,ela estava dando seus últimos suspiros,mas ela pediu para que hoje um de nós lhe esperasse chegar.Todos olhamos atônitos para ela,a muito já não falava de você,mas ela nos implorou para prometermos,por ela e pelo vovô,que esperaríamos você chegar,pois você voltaria.Então eu prometi,eu sempre a esperei Anne.Depois das corridas de bicicleta,das fugas dos cachorros da rua de cima,eu a esperei a vida toda,tinha que prometer que a esperaria,pois se a vovó disse que você voltaria,é porque você realmente estaria aqui hoje.Então ela deu um sorriso,segurou minha mão e agradeceu,e então fechou os olhos,e assim como o vovô,ela se foi.Bem na nossa frente,parecendo um anjo Anne,um anjo.Ela não parecia estar morta,ela só parecia ter dormido.E eu não podia quebrar a promessa que tinha lhe feito no leito de morte,se vovó disse que você estaria aqui hoje,eu tinha que lhe esperar,e quando você bateu na porta,pude sentir o cheiro do seu perfume atravessar as paredes.Eu sabia que você voltaria Anne,eu tinha esperanças de que sim.
E foi então que a culpa me atingiu o peito grotescamente.Eu havia abandonado tudo,tudo o que amava,tudo o que acreditava,e todos que me amavam também.Abandonara minha avó,que por mais cansada que sempre estivesse deu o seu melhor para que eu tivesse o meu melhor,e quando ela precisou de mim,eu estava fugindo dos meus próprios demônios.Quem eu era? O que eu tinha me tornado? Não tinha ideia,e na verdade,tinha medo da resposta.
Abracei meu primo,pedi cinco minutos para vestir algo apropriado,e fomos para o enterro,o cemitério ficava longe da cidade,e no caminho pude pensar em tudo o que tinha acontecido dentro dos cincos anos que se passaram.Fugir não tinha resolvido nada,pelo contrário,tudo ainda me atormentava,e agora,havia perdido a unica pessoa que tinha tido um laço extremamente forte com meu avô.Aquilo era demais para ser suportado.
E quando cruzamos a porta da capela onde acontecia o funeral,todas as pessoas que eu conhecia desde pequena estavam lá,e todos,absolutamente todos,me encaram.Senti minha alma queimar,e era como se com os olhares,todos eles me condenassem por ter partido.Pessoas que a anos não vira,uns até mesmos tão velhos que eu mal pude reconhecer,mas eu soube no momento em que todos me olharam,que eles sabiam,e muito bem,quem eu era e por que tinha ido embora,e não estava lá quando minha avó precisou.
Meu primo segurou minha mão,assim como fez no enterro de meu amigo,do meu avô,e como fazia quando eramos pequenos e eu tinha medo do escuro,e então entramos.
As pessoas educadamente,ou talvez com repulsa,se afastaram para que nós nos aproximássemos.Então eu pude chegar ao caixão e a ficha caiu,ela realmente estava deitada lá,coberta por suas flores preferidas,e assim como meu primo tinha dito,ela parecia um anjo,e sorria,como se estivesse apenas repousando.
Um silêncio constrangedor se seguiu por mais dez minutos,quando o padre fez sua última benção,e o caixão foi sepultado.Ninguém,além de meu primo,falou comigo durante o tempo em que estivemos lá,e quando fomos embora,ele me explicou.
-Para todos aqui Anne,você os abandonou.Num belo dia você estava aqui,e no outro não estava mais.Todos os dias o Sr.Matias vinha até nossa casa para perguntar se a adorável Anne havia telefonado,mandado uma carta como gostava de fazer,ou se você havia voltado.Mas você nunca voltou Anne.Eles a esperaram todos os dias,por cinco anos,para jogar boxa,baralho,para pentear os cabelos dos velhos e fazer visita aos doentes,mas você nunca apareceu.Alguns morreram e revelaram antes disso,que a ultima vontade deles era lhe ver,mas não podiam mais esperar,não tinham mais esperanças.A vovó,durante cinco anos,todos os dias Anne,365 dias no ano,fez a sua broa predileta,aquela que você diferente de todos,comia com o garfo ao invés das mãos,mas você nunca esteve lá para comer.As pessoas se angustiaram Anne,ninguém lhe procurou,pois pensaram que isso tudo aqui era tão importante para você que você voltaria por livre e espontânea vontade,de certa forma,estavam certos,mas ninguém achou que demoraria tanto para acontecer.
E foi então que eu compreendi.Dentro de cinco anos,apenas cinco anos,eu não conhecia mais nenhuma das pessoas de um lugar que me vira crescer.Que vira meu primeiro tombo de bicicleta,minha primeira leitura de um livro,minha primeira carta,minha primeira defesa em jogo,meu primeiro passo de balé,minha primeira fuga de um cachorro,etc.O pior,nenhuma das pessoas que viram isso tudo,me conheciam mais.Eu as havia abandonado,e agora não seria capaz de enfrenta-las frente a frente.Tudo que eu mais amava era aquele lugar,e agora ele era meu maior local de sofrimento.Minhas piores dores,fraquezas,machucados,estavam ali.E o pior,minhas piores faltas.
Pedi ao meu primo que parássemos em casa antes de todos chegarem.Eu não podia continuar ali por nem mais um minuto.Busquei meu diário no fundo da bolsa,e escrevi uma carta destinada não só a minha família,mas a todas as pessoas que eu havia decepcionado.Arranquei-a e deixei com meu primo.Ele sabia,compreendia,e era o único que não me odiava.Eu não podia ficar,e ele compreendia isso perfeitamente.Demos um último abraço apertado,do qual anos depois eu sentiria uma falta enorme,e eu dei as costas,olhei pela última vez para a casa que eu havia vivido minhas melhores experiências,e a mesma casa que eu abandonei anos antes.
E aquela seria a última vez que eu a veria daquela forma.
Anos depois soube que finalmente meu primo havia se formado em geologia,sua área pela qual era apaixonado,queria poder ter estado ao seu lado,como sempre sonhamos que faríamos,mas não pude,sabia que daquela forma estava melhor.Ao invés disso apenas lhe escrevi uma carta parabenizando-o e agradecendo por ter sido imensamente fiel a mim quando mais precisei.Um dia talvez fosse encontra-lo,mas aquele dia,não seria esse.
Vinte anos se passaram desde então.Deixei para trás toda uma vida,toda uma história,recusando-me a aceitar quem eu tinha sido um dia,contruí uma nova história e uma nova vida para mim,em outro país,com outras pessoas,mas os demônios de meu passado ainda me atormentavam,então eu não podia mais simplesmente ignorar o que sentia dentro de mim,eu tinha de voltar,voltar e encarar as ruínas de uma guerra que eu mesma havia começado,mas nunca terminado.
Agora,de frente para aquela que um dia tinha sido a casa rosa de grades brancas que um dia eu tanto brincara e amara,meu coração despedaçava em meu peito.Só restavam as ruínas de um lugar que deveria ter sido eterno.Tantos sorrisos,tantas alegrias,tudo de tão maravilhoso havia se passado ali dentro,e agora,não era nada além de pedras e tijolos amontoados.Pedaços do telhado estavam espalhados por todo o canto,e era como se uma bomba tivesse sido jogada em cima dela.Restava apenas algumas poucas partes das grades que um dia foram brancas,mas nada mais que lembrasse a minha casa dos sonhos.Se eu não tivesse certa do endereço,poderia jurar que estava no lugar errado.Mas não estava.
Sentei-me na calçada,e parecendo a garotinha de dezessete anos novamente,me pus a chorar como nunca.Eu havia abandonado a todos que ali um dia moraram,havia feito todos sofrerem,havia dado as costas a todos eles,e hoje,não tinha mais o que fazer.Despertei de meu transe quando senti uma mão gelada em meu ombro e levantei a cabeça para ver quem era,assustei-me quando deparei com o rosto de uma senhora,que para mim,a muito já estaria morta.Era Madrinha Lúzia,não era minha madrinha,mas fui ensinada a chamá-la assim desde nova.
Ela fora a todos os meus aniversários realizados naquela casa,e vivera conosco boa parte de nossa vida,era uma pessoa doce e amável,que agora estava de cabelos brancos,andando com uma echarpe no pescoço para protegê-la do vento,e uma bengala para sustentar o peso do corpo,cansado de todos esses anos de luta e sofrimento.Não acreditei quando a vi,não podia ser ela.
-Anne?Oh céus,pequena Anne,é você,pelos deuses,eu sabia,sabia que seria você,sabia que um dia você voltaria,eu disse,disse a todos eles,mas eles me chamaram de louca,e mandaram-me desistir,pois você nunca mais voltaria,mas você está aqui.Oh Anne,tenho lhe esperado por todos esses anos,todos os dias,faça chuva ou faça sol,por mais que o vento esteja cortante,eu venho até aqui,tinha a esperança de que você retornasse,e por céus,eu tinha razão,você está aqui,oh Anne.
E então ela chorou,e eu chorei mais do que estava chorando,levantei-me e abracei como nunca.Ela ainda usava os mesmo óculos dos quais eu lembrava de vinte e cinco anos antes,mas agora tinha um lenço branco em uma mão,que usava para enxugar as lágrimas,mas era quase impossível.Estas saiam descontroladamente,e eu não podia solta-la,mas tinha muitas perguntas,e gostaria muito de saber as respostas.
-Madrinha,fico muito feliz que tenha acreditado e que tenha me esperado voltar,mas eu preciso de respostas,preciso saber o que aconteceu a esse lugar.
Foi quando ela tremeu da cabeça,até os pés.
-Vamos Anne,temi que esse dia chegasse.
E então caminhamos a passos curtos até sua casa,que era uma das únicas que estava do mesmo modo que eu me lembrava.Subimos as escadas e sentamos em sua mesa,ela pôs café em nossas xícaras e começou a falar.As palavras lhe saiam difíceis,e era como se junto com elas facas estivessem atravessando sua garganta.
-Logo após sua última partida Anne,a cidade entristeceu.Sua família foi embora desolada,ninguém conseguia dizer nenhuma palavra.Lembro-me daquele dia como se fosse ontem mesmo.Sua mãe chorava descontroladamente,seu pai levou seu irmão para casa,e suas tias disseram não serem mais capazes de viver neste lugar,então partiram.Você sabe,o sonho de sua tia mais nova era viver na Itália,e assim ambas fizeram.Seu primo foi o único que lhe defendeu.Tentou explicar a todos sua decisão,mas perdoe-me Anne,era complicado para todos nós,inclusive para mim.Mas ele a defendeu com unhas e dentes contra todas as acusações que caiam sobre você.Bom garoto Anne,ele ainda me visita todos os anos,não mudou tanto,você o reconheceria se o visse.Quando ele vem,vamos juntos até a casa que seus avós construíram,ele também tinha esperanças de lhe encontrar por lá.Ele carrega consigo a carta que você lhe escreveu quando ele formou-se,é como um tesouro para ele,na verdade,você é.Bom garoto Anne,na verdade,ambos são.
-E meu irmão madrinha?Minha mãe?Meu pai?Eles nunca mais apareceram?
-Seu irmão eu soube apenas que mudou-se da cidade em que moravam,arrumou uma namorada,quem diria,e mudou-se com ela.
Meu irmão com uma namorada,céus,aquilo doeu,não acredito que perdi meu irmãozinho tendo uma namorada.
-Sua mãe e seu pai adoeceram a muitos anos Anne,eu sinto muito.
Então era a esse destino que eu estava fadada?Meus pais mortos,meu irmão desaparecido com uma namorada que eu não tinha ideia de quem era,e a única pessoa que me defendera eu não saberia quando veria.Não,não tinha como piorar.Eu não tinha mais nada a perder,nem nada a ganhar,eu só queria que todos aqueles entulhos da casa caíssem sobre minha cabeça e me enterrassem com eles.
-Fico feliz que tenha voltado Anne,eu sabia que um dia você voltaria,no dia em que estivesse pronta,o destino lhe preparou para enfrentar isso tudo,e sei que agora você é mais forte do que aparenta ser para enfrentar tudo isso Anne.Não conheço seus planos,mas eu me sentiria imensamente feliz se você passasse um tempo comigo.Sei que sou velha e não tenho muito a lhe oferecer,mas você fez falta a essa cidade minha pequena,não esteve fora por pouco tempo.Seu primo nunca tem data certa para aparecer,as vezes vem uma,duas,até três vezes no ano,mas é muito ocupado com seu serviço e família,sim,ele casou-se,quem diria também,mas independente de quantas vezes venha ou quando venha,ele nunca deixou de vir,desde sua última partida.Pode dar a sorte de encontra-lo por aqui,fique,faça-me companhia.
E era exatamente isso que eu iria fazer.Agora que eu estava ali,não havia motivos para deixar aquele lugar mais uma vez,não depois de tudo que havia acontecido.Não queria deixar aquele lugar nunca mais,viveria ali,para sempre.
Naquela mesma noite fui até os escombros da casa,e parada em frente,pude vislumbrar tudo da forma como fora um dia,e não pude resistir a tentação de entrar,mesmo que fosse para andar sobre os entulhos.
Então o fiz.
Abri o que restava do portão,sei que podia passar por cima do que restara das grades,mas queria ter a sensação de abri-lo mais uma vez,e sentir a emoção que senti um dia.
Cuidadosamente andei por cima dos entulhos,tomando cuidado para não cair ou me machucar,e em algum momento pensei ter ouvido algo,mas já estava tarde,e no meio de tanto entulho poderiam muito bem haver ratos,ou roedores de quaisquer tipo,então não liguei.
Aquele lugar transmitia a mesma paz de vinte anos atrás,e eu podia sentir novamente toda a alegria que um dia sentir ao estar ali.
E num vislumbre glorioso de todos os meus sonhos projetando-se na minha frente,pude os ver.Os três radiantes de alegria,com os sorrisos que eu tanto amava durante minha vida inteira,e eles sorriam para mim,e então eu soube,tinha sido perdoada,eles haviam me perdoado,aquele era o meu lugar.Estava no lugar certo,na hora certa.
E era onde eu devia estar.

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