Eu acreditei..
Sabe, é
engraçado, me peguei fazendo de novo aquilo que já havia prometido não fazer
mais. Eu me apeguei. Da forma mais monstruosa o possível. Desde o inicio eu
disse pra mim mesma que isso não iria mais acontecer, eu prometi pra mim que
tudo seria igual, que eu não mudaria que eu seria simplesmente a mesma, que se
alguém fosse mudar esse alguém seria você, afinal, já mudei por tanta gente que
não vale apena que acabei optando por me fechar pra isso. Desde o inicio me
tornei um rochedo, me tornei aquela pedra que não importa quantas vezes a água
batesse, jamais iria ser perfurada. O que eu tinha pra mim desde a primeira
conversa fora do circuito de amigos era que eu jamais deixaria o amor entrar de
vez. Na verdade eu sempre fui assim, sempre achei que pudesse mandar e
controlar no meu coração, sempre acreditei que depois de tudo o que passei e
vivi, eu pudesse identificar logo de cara o sofrimento, e pudesse barra-lo de
minha vida, assim eu simplesmente não sentiria nada. Mais a vida me
surpreendeu. Acho que essa deve ser a profissão da vida, surpreender. E mais
uma vez ela desempenhou seu papel da melhor forma possível. A vida junto com a
felicidade e a esperança vieram bater na minha porta, e eu, acidentalmente
abri, e a esqueci aberta. Disse amigavelmente que elas poderiam entrar e se
acomodar, a casa era delas. Burrice a da minha parte, não devia nem ter aberto,
principalmente pra esperança. A esperança entrou, ficou e nunca mais saiu. Com
todas as letras ela me disse que poderia confiar nela, porque dessa vez ela não
iria me decepcionar, ou ao menos iria encontrar alguém que não me
decepcionasse. Mais ela mentiu, me desapontou. De inicio eu acreditei
arduamente que ela tinha cumprido seu combinado. Eu acreditei que ela iria
mesmo encontrar alguém cujo qual não me decepcionasse, e pudesse cumprir a
promessa de me fazer feliz. E então você apareceu de inicio não fez promessas,
mais já me fez cair na sua. Achei que você fosse a pessoa que a esperança tinha
me prometido, e então, deixei você entrar na minha vida de bom grado.
Acolhi-te, e logo de cara eu senti que não podia, mas fazer o que? Eu sempre escolho seguir o coração e não a
razão. E você com seu jeito que de tão diferente, parecia ser o ideal, foi
entrando na minha vida, e pior, no meu coração, foi se apoderando de cada
espaço vazio que existia aqui dentro. Quando fui parar pra pensar, já não tinha
espaço algum pra mais ninguém, meu coração pertencia novamente a uma só pessoa.
Otária, dizia pra mim mesma. Você havia prometido, dizia meu cérebro, você disse
que não iria fazer mais isso, quer saber? Agora aguenta. Foi quando meu
pesadelo começou, meu cérebro desistiu de mim, que dor, minha razão havia
partido. Sobrava somente meu coração, justo aquele que agora era seu aquele que
não estava mais sobre meu comando, mesmo sem ver, eu tinha lhe entregado a
melhor parte de mim. E foi ai que as promessas começaram. Quando você viu que
já não tinha volta, que eu era sua, você percebeu que poderia começar a brincar
comigo da pior forma possível, fazendo promessas, que desde o inicio você sabia
que não seriam cumpridas. E elas eram as mais absurdas possíveis, nunca vou me
esquecer daquelas palavras e frases ditas com tanto carinho: “lhe prometo
noites de amor, prometo uma vida ao seu lado, prometo casar, prometo formar uma
família, e acima de tudo, prometo lhe fazer feliz”. Prometo, prometo e prometo,
eram muitas promessas e poucas atitudes. Falar é fácil, o difícil realmente
sempre foi fazer. E a boba aqui, sem poder questionar, simplesmente se deixou
levar. Tornou-se uma dependente de você. Uma dependente da sua voz, do seu
sorriso, dos seus abraços, seus beijos, e até mesmo do seu perfume. Como disse
me tornei sua. Com o passar do tempo, algo estava errado, as promessas se
tornaram menos frequente, e o fortalecimento das já existentes havia se tornado
menor ainda e de uns tempos pra cá, as promessas simplesmente deixaram de
existir. Chegamos a um ponto onde questionar, pedir, implorar, já não adianta
mais. Chegamos ao ponto, a aquele ponto, onde não a mais volta. Chegamos ao
ponto final. Não chegamos a aquele famoso “Fim” dos contos de fadas, aonde tudo
acabam bem. Apesar de todo mundo achar que nossa história sempre foi um
verdadeiro conto de fadas, não foi a esse fim que nós chegamos. Foi ao fim mais
doloroso que pude encontrar. Você me disse adeus. Droga, eu sempre soube, mas
nunca quis acreditar. Não há quem entre na minha vida e não saia, não, isso não
pode ser “só a vida fazendo seu trabalho” é incrível a capacidade que as
pessoas têm de entrar na minha vida, prometerem algo, quebrarem essa promessa,
e saírem. Quer saber? Já me acostumei. Essa dor? Sabe? Essa que você nunca vai
sentir, porque essa dor você só provoca, mas não sente. Essa dor que estou
sentindo agora vai passar. Lembro-me vagamente, mas lembro, ela já passou uma
vez, pode e vai passar de novo. Quanto a você? Não sei, eu espero que conquiste
teus sonhos, sonhos pelos quais você me abandonou, resolveu me deixar para
conquista-los, boa sorte. Só me culpo pela única coisa que fiz de errado em
relação a você: eu acreditei. E com isso aprendi: não devemos acreditar nas
pessoas, elas mentem demais.
Comentários
Postar um comentário